Numa altura em que festejamos os 25
anos da FPO, qual a palavra que de imediato lhe vem à mente?
Joaquim Margarido (J. M.) -
Etapa. Porque a vida é feita de etapas, feita de sonhos, de
objetivos, de conquistas. Umas mais curtas – quiçá mais intensas
-, outras mais prolongadas no tempo. Acrescentaria que estes 25 anos,
número redondo, marcam uma bela etapa na vida da FPO.
Qual a “dívida” que o
Orientovar tem para com a Federação em matéria do seu aparecimento
e desenvolvimento?
J. M. - Diria que é uma dívida
avultada. O sabor da descoberta da Orientação é algo que, em
termos pessoais, não tem preço. E isso devo-o ao Fernando Costa,
devendo estender o meu reconhecimento ao Grupo Desportivo dos Quatro
Caminhos. Mas no preciso momento em que me dou conta das
singularidades desta modalidade e percebo a sua beleza, o seu
fascínio, percebo também que há uma força aglutinadora por detrás
destes homens e destas mulheres que, vestindo as cores dos seus
clubes, vestem a camisola da Orientação. E essa força aglutinadora
é a FPO, são aqueles que se dedicam a organizar, promover, formar,
lutar. Seria simplista afirmar que a FPO somos todos nós e que,
nessa medida, todos estamos em dívida com todos, já que a minha
dívida para com a FPO vai mais longe. Tem a ver com o carinho que
sempre dispensou ao projeto Orientovar, com a forma como o acolheu na
sua página institucional, como o elegeu como porta-voz de muitas das
suas iniciativas e como respondeu, em momentos muito significativos,
aos desafios que o Orientovar sempre fez questão de colocar.
Como definiria o Orientovar neste
momento?
J. M. - O Orientovar chega
amanhã ao fim. Foram oito anos de vida intensa, com muitas alegrias
e conquistas, mas tudo tem o seu tempo. A Entrevista com Augusto
Almeida, Presidente da FPO, colocará um ponto final neste projeto. É
também a minha forma de homenagear um homem que aprendi a admirar e
a respeitar, um homem a quem a modalidade deve uma enormíssima fatia
da sua estabilidade e credibilidade.
Como vê o atual estado da
Orientação em Portugal?
J. M. - Com muita expectativa. A
Orientação sofreu um forte abalo nos últimos anos e perdeu
centenas de praticantes. Também a capacidade de atrair novos
públicos se manteve aquém do necessário para, em certa medida,
compensar essa queda. Mas de falta de iniciativa não se podem acusar
os agentes da modalidade. Vamos acreditar que este ciclo menos
positivo está à beira de se inverter.
Três ideias breves para três
tópicos muito concretos: Comunicação, Desporto Escolar e Provas
Locais.
J. M. - Comunicação – Pela
importância que assume, há muito que merecia uma reflexão séria.
Desporto Escolar – É aqui que se
percebe, de forma particularmente gritante, a desvantagem das
modalidades mais técnicas e que exigem conhecimentos, recursos e
tempo e nas quais a Orientação se inclui. Cada vez são menos os
professores que dinamizam grupos-equipa de Orientação e a motivação
dos clubes em desenvolver parcerias entre o Escolar e o Federado
esbarra na escassez de recursos financeiros e humanos.
Provas Locais – Serão uma excelente
forma de captar novos praticantes, se articuladas de forma concertada
e que leve em conta a regularidade e a proximidade geográfica das
várias iniciativas. Promovidas de forma isolada, são uma perda de
tempo e de recursos.
Um desejo neste soprar das 25 velas.
J. M. - Que muitas mais velas se
continuem a soprar e que a “chama” nunca se apague!
Saudações orientistas.
Joaquim Margarido
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