Numa altura em que festejamos os 25
anos da FPO, qual a palavra que de imediato lhe vem à mente?
Leonel Vieito (L. V.) -
Tristeza. Tristeza, porque quando cheguei ao mundo da Orientação as
provas tinham mais participação de todo o tipo de pessoas que
simplesmente vinham por lazer do que aquelas que estavam para
competir, o que hoje em dia só raramente se vê.
Qual a “dívida” que o COC tem
para com a Federação em matéria do seu aparecimento e
desenvolvimento?
L. V. - A dívida que o COC tem
para com a Federação é o facto de nos ter proporcionado a
possibilidade de organizarmos grandes eventos, os quais nos têm
garantido alguma estabilidade económica para fazermos face aos
desafios que nos são propostos permanentemente e que sabiamente têm
sido geridos. Isto passa não só pelo apoio aos nossos atletas mas
também pela resposta que vamos conseguindo dar aos inúmeros pedidos
feitos por todo o tipo de instituições que encontram no COC um
parceiro ideal para as suas iniciativas.
Como definiria o COC neste momento?
L. V. - O COC é dos poucos
clubes que vai resistindo à decadência da modalidade nestes tempos
de crise. Apesar de todos os contratempos, conseguimos aumentar o
numero de sóciose de praticantes. É com dificuldade que vamos
sobrevivendo pois sentimos na pele os problemas comuns aos movimentos
associativos, onde a solidariedade por vezes não abunda, o que leva
a que as instituições de carácter amador só consigam manter-se
graças à carolice de meia dúzia de entusiastas. Contudo,
conservamos íntegras as nossas ambições de manter o COC no topo
das classificações competitivas nas quais participamos,
conquistando títulos consecutivos, algo que sabemos ser cada vez
mais difícil. A par disso, mantemos a aposta sempre forte nas nossas
organizações, com o ano de 2016 a afigurar-se de extrema actividade
organizativa e com o Portugal O' Meeting a revelar-se a prioridade
das prioridades e a ocupar-nos todo o tempo disponível devido às
enormes distâncias que separam a nossa casa da sede do evento, em
Penamacor.
Como vê o atual estado da
Orientação em Portugal?
L. V. - No meu ponto de vista,
como simples observador pouco entendido na matéria, acho que
atingimos um elevado nível organizacional que não foi acompanhado
no ponto de vista desportivo. Estamos num ponto onde a margem para
evoluirmos é muito curta derivado a todas as contingências
sócio-económicas dos tempos difíceis que vivemos. Sou da opinião
que, por vezes, para seguirmos em frente, é necessário dar alguns
passos atrás.
Três ideias breves para três
tópicos muito concretos: Comunicação, Desporto Escolar e Provas
Locais.
L. V. - Comunicação - É o
motor essencial para a divulgação e desenvolvimento desta
modalidade tão especifica.
Desporto Escolar e Provas Locais - São
a base de expansão que levam o conhecimento e o gosto pela
modalidade a um leque mais abrangente da população.
Um desejo neste soprar das 25 velas.
L. V. - Desejo as maiores
felicidades a todos aqueles que, determinadamente, insistem em
manter viva esta modalidade que tanto nos apaixona.
[Foto gentilmente cedida por Leonel
Vieito]
Saudações orientistas.
Joaquim Margarido
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