Numa altura em que festejamos os 25
anos da FPO, qual a palavra que de imediato lhe vem à mente?
Sérgio Aguiar (S. A.) -
Confiança. Porque acredito que a FPO e os seus associados tudo farão
para que a modalidade seja sempre mais forte.
Qual a “dívida” que o COV tem
para com a Federação em matéria do seu aparecimento e
desenvolvimento?
S. A. - O COV-NATURA, sabe quais
os objectivos a alcançar e como os os atingir, tendo sempre
consciência que sozinho nunca iria consegui-lo. Quando do nossa
fundação, em Outubro de 1997, filiámo-nos na ANORT, e depois na
FPO, que no mesmo ano organizou o Congresso Nacional de Orientação,
em Viseu. Iniciámos, com as Câmaras Municipais, um dos períodos mais
extraordinários da história do COV-Natura que foi a organização
dos Jogos Desportivos e Olimpíadas da Amizade, processo este que
viria a tornar possível a divulgação e dinamização da modalidade
no Distrito, conseguindo criar interesse nos nossos Jovens, que assim
vieram dar confiança a todo o nosso trabalho durante estes anos. De
realçar a continuidade de toda uma equipa jovem que vem liderando o
COV-Natura, sempre a pensar em novos desafios. Em todo este processo,
foi natural o envolvimento da FPO, que como órgão máximo da
modalidade tem a obrigação de dar o impulso necessário para que
haja Clubes bem organizados e cada vez mais fortes. Por isto vamos
continuar a contar sempre com esse apoio.
Como definiria o COV neste momento?
S. A. - Defino-o como um Clube
com força e vontade para se propor a outros grandes desafios. Para
além dos objetivos que vêm sendo alcançados, estará sempre a
intenção de estar em novos no futuro, nunca esquecendo que o
sucesso só se alcança com um excelente trabalho de equipa. Por essa
razão, o Clube nunca se caracterizou pelo querer organizar tudo, mas
sim por tentar levar para a frente todos os propósitos com calma e
serenidade. Depois de parcerias com o Clube Ori-Estarreja (Portugal
O' Meeting 2012, MCO 2014), por quem o COV-Natura tem um grande apreço
pelo excelente serviço prestado, o Clube decidiu “arriscar”
através da experiência conseguida e iniciar a sós a organização
de eventos, entre os quais o Campeonato Ibérico “Raid EcoPista do
Dão-Viseu” de Corridas de Aventura, Troféu “Feira de S. Mateus
2012, Campeonato Nacional de Orientação de Precisão e Desporto
Adaptado, Troféu “Senhora do Castelo”-Mangualde, “Troféu de
Orientação Cidade de Viseu”, em Estafetas, Troféu Conquista do
Castelo – Penedono em Campeonato Nacional de Distância Longa,
Trail Run “COVISEU 2015”, Orientação de Precisão e Desporto
Adaptado 2015, Viseu City Race 2015 e, por último, a organização
do Campeonato Ibérico de Orientação Pedestre, no passado mês de
Outubro. O nosso objetivo é continuar com grandes desafios em 2016 e
2017, colaborando sempre através das nossas capacidades, dando o
máximo de nós, formando, participando e organizando, de forma a
reforçar cada vez mais as potencialidades constantes na Orientação.
Não posso deixar de referir a tão importante presença dos
Municípios e autarquias na modalidade, pois só com o seu apoio logístico e financeiro é possível atingir níveis de excelência
na organização destes eventos, embora todos saibamos a importância
dos mesmos no retorno turístico e financeiro para as respetivas
Regiões.
Como vê o atual estado da
Orientação em Portugal?
S. A. - Vejo a Orientação com
muita confiança, mas não posso esquecer os tempos difíceis que
atravessamos e que levam a que os Clubes não possam apoiar os seus
atletas na participação e na organização. Para isso é necessário
o apoio da nossa Federação, reforçando esse apoio de forma a que
os Clubes se possam afirmar cada vez mais e que o resultado se
traduza no aumento do número de participantes. Vejo a Orientação
em Portugal com grande qualidade, aliás demonstrada pela qualidade
dos excelentes atletas, mas também vemos como é difícil hoje
praticá-la assiduamente, por vezes porque envolve custos elevados,
não esquecendo a vontade e o interesse extraordinário de cada
atleta, independentemente do escalão/sexo. Também de referir as
diversas vertentes da modalidade, a Orientação em BTT, as Corridas
de Aventura, a Orientação de Precisão e o Desporto Adaptado, que
vieram enriquecer a modalidade ao oferecerem as mais variadas opções
e condições para o cidadão portador de deficiência. Por tudo isto, tenho confiança na modalidade e em todos os que trabalham com o
objetivo de a tornar cada vez mais forte.
Três ideias breves para três
tópicos muito concretos: Comunicação, Desporto Escolar e Provas
Locais.
S. A. - Comunicação - Há
necessidade de uma maior envolvente da Imprensa na modalidade, pois
qualquer outra modalidade consta diariamente nos Orgãos de
Comunicação Social, o que raramente acontece com a Orientação, sendo que
muito deste trabalho pode vir dos Clubes que terão de investir
regionalmente, realçando aqueles que, pela paixão na
modalidade, conseguem uma excelente um trabalho na divulgação.
Desporto Escolar - O Desporto Escolar
em Viseu, ao nível da Orientação, já mexe, depois da Formação
para professores durante este ano lectivo. Contamos neste momento com
a presença de duas Escolas EB 2,3 a ensinar Orientação, pois é na Escola que os jovens se encontram e é aí que, a partir dos
professores, se incute nos alunos o interesse e o entusiasmo em
aprender. Há necessidade de investir no Desporto Escolar, pois assim
passamos a contar com uma Escola activa em Orientação, e no caso do
Natura os alunos vão estar preparados para integrarem as provas
locais, como os Jogos Desportivos, férias desportivas, Escolinhas de
Orientação e mais tarde a competição.
Um desejo neste soprar das 25 velas.
S. A. - Faço votos para que a
Orientação em Portugal seja cada vez mais forte e saudável e que
todos os Clubes se revejam com grande empenho, interesse e entusiasmo
no futuro da Orientação.
[Foto gentilmente cedida por Sérgio
Aguiar]
Saudações orientistas.
Joaquim Margarido
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