Numa altura em que festejamos os 25
anos da FPO, qual a palavra que de imediato lhe vem à mente?
Joaquim Patrício (J. P.) -
Satisfação! Porque nos possibilita continuar a praticar uma
atividade desportiva única que reúne a realização física à
continuada mobilização de estruturas mentais e à fruição dos
espaços naturais.
Qual a “dívida” que o CN Alvito
tem para com a Federação em matéria do seu aparecimento e
desenvolvimento?
J. P. - Inicialmente, em 1993,
criámos uma secção de Orientação num clube local (GDC Alvito)
que filiámos na FPO. Ao segundo ano, em 1995, tivemos de optar pela
criação do Clube face ao desprezo que nos movia o corpo directivo,
unicamente interessado no Futebol e no Bar, ainda que jamais aquele
clube tivesse tido a projeção mediática que a Orientação lhe
vinha oferecendo a nível regional e nacional. Será, portanto, a
Orientação a "mãe" do nosso clube! O clube, em boa hora,
criou-se nesta dissidência e enveredou, então, por uma via
alternativa dando azo à formação humana, social e desportiva das
crianças e jovens desta região, de uma forma diversificada e
eclética, envolvendo a realização de outras atividades físicas e
desportivas: Atletismo, BTT, Campismo, Natação, Pedestrianismo e
Triatlo, além da Orientação. O clube desenvolve, também, um
projeto de Formação Desportiva: Escolinhas (Atletismo, BTT e
Natação), Escola de Natação e Escola de Triatlo. O clube
desenvolve, ainda, um projeto para os mais velhos "Sénior 55+
Ativo" com Caminhadas, Danças, Ginástica Aquática e Ginástica
Sénior.
Ao longo destas duas décadas, com o
empenho na divulgação e na promoção do Desporto nesta região
alentejana e com o trabalho desenvolvido na formação da juventude
local, o clube tem ganho a confiança e merecido a consideração das
entidades locais, regionais e nacionais, com a atribuição de
galardões vários, aos três níveis territoriais Em termos
desportivos tem tido alguma relevância no Atletismo distrital e
regional, no BTT regional, na Orientação e Triatlo nacionais, sendo
amplamente considerado pelas estruturas associativas distritais e
federativas nacionais das modalidades em que se encontra envolvido.
Em termos associativos é promotor da cooperação inter-associativa,
sendo Colectividade "Elo" no concelho, ocupando a
Presidência na Federação Distrital e tendo lugar no Conselho
Nacional da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura,
Recreio e Desporto.
Como definiria o CN Alvito neste
momento?
J. P. - O CN Alvito, como
qualquer outra estrutura associativa, tem um processo de
desenvolvimento ondulatório. Esta última época foi caracterizada
por uma quebra notória dos resultados desportivos, só com um atleta
campeão do Alentejo e seis campeões distritais, além de dois títulos
coletivos no Atletismo; três campeões nacionais na Orientação e um no
Triatlo. Muito pouco para o habitual! No entanto, a nível
organizativo, o clube desenvolveu inúmeras realizações, só ou em
parceria com outras entidades, de que se destacam: 1º Troféu Ori
Feira d'Aires e 14º Grande Prémio de Atletismo Feira d' Aires, em Viana do
Alentejo, Caminhada pela Família e 29ª Escalada do Mendro, na
Vidigueira, IV Costa Alentejana "O" Meeting, Estágio de
seleções jovens de Ori-BTT e I Costa Alentejana MTBO Trophy, na
região litoral alentejana, I Olimpíadas da AMCAL em Alvito e,
ainda, um Conselho Nacional da CPCCRD em Viana do Alentejo.
Para a época que agora se iniciou,
tivemos já a comemoração do nosso 20º Aniversário,
perspectiva-se uma melhoria de resultados desportivos com um novo
projeto de formação no Atletismo e estão planeadas algumas
realizações de nível nacional em que depositamos elevadas
expetativas: I Trail dos Santos, I Jogos Tradicionais Infantis da
AMCAL, II Costa Alentejana MTBO Trophy (+ Campeonato Nacional de Sprint), Caminhar em
Alvito'16, 30ª Escalada do Mendro e II Olimpíadas da AMCAL.
Como vê o atual estado da
Orientação em Portugal?
J. P. - A nossa Orientação
segue em regime de cruzeiro! Não há aumento de praticantes na Pedestre e o BTT e as Corridas de Aventura estão em baixa. O Trail
está a começar. Em termos de rendimento tivemos uma década de
desenvolvimento com a introdução de novos processos de captação,
ensino e treino. Actualmente, esse processo está "ao ralenti",
por falta de meios, de técnicos e porque houve estagnação no
desenvolvimento técnico dos atletas que passaram a dedicar-se menos
e tendo havido alguns abandonos. Julgo que terão de se encontrar
novas formas de prática, mais acessíveis aos iniciantes;
regionalizar parte do calendário desportivo e realizar eventos com
menores meios; alterar a calendarização anual (a Pedestre está
parada três meses e o BTT cinco meses!); e contratar um coordenador técnico
com qualificação internacional (estrangeiro) para dirigir todo o
processo técnico a nível nacional.
Três ideias breves para três
tópicos muito concretos: Comunicação, Desporto Escolar e Provas
Locais.
J. P. - Comunicação - Mudar o
O-TV...
Desporto Escolar - Desenvolver lobby...
Provas locais – Regionalizar...
Um desejo neste soprar das 25 velas.
J. P. - Projeto 2040 - um lustro
para o crescimento e para o desenvolvimento técnico!
[Foto gentilmente cedida por Joaquim
Patrício]
Saudações orientistas.
Joaquim Margarido
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