Carolina Delgado, Tiago Gingão
Leal, Maria João Sá e Miguel Reis e Silva. São eles os primeiros
Campeões Nacionais da presente temporada de Orientação Pedestre no
escalão de Elite. Em Gouveia, com as agruras do tempo a complicar e
um apagão informático a deixar toda a gente com os nervos em
franja, participantes e organização “deram o litro” e são dignos do
mais vivo aplauso!
Gouveia foi palco, no passado fim de
semana, do seu V Meeting de Orientação, este ano com o valor
acrescido da disputa dos Campeonatos Nacionais de Sprint e de
Distância Longa. O evento esteve a cargo do CPOC – Clube Português
de Orientação e Corrida, Câmara Municipal de Gouveia e Federação
Portuguesa de Orientação e pontuou, igualmente, para a Taça de
Portugal Vitalis de Orientação Pedestre 2015. A intempérie que se
abateu sobre aquela região do País na tarde de sábado e,
sobretudo, na manhã de domingo, e os problemas informáticos que
impediram a divulgação dos resultados do Campeonato Nacional de
Distância Longa por longuíssimas horas, marcaram de forma indelével
estes Campeonatos, mostrando uma organização abnegada e
voluntariosa até ao limite, mas impotente para fazer face a um
conjunto de condicionantes de magnitude superior.
Divivido em duas mangas, o Campeonato
Nacional de Sprint disputou-se no sábado e teve o seu início na
parte alta da cidade, no Jardim do Santuário, para terminar no
centro de Gouveia. Muito técnico nos primeiros pontos e depois já
na parte final, o percurso viria a posicionar lado a lado Tiago Romão
(GafanhOri) e Tiago Gingão Leal (GD4C) no escalão de Elite
masculina, elegendo-os desde logo como grandes favoritos à vitória
final. Na decisiva manga, na Senhora dos Verdes, Tiago Gingão Leal
viria a anular a diferança de 5 segundos para o seu opositor,
recuperando um título que lhe fugira nos dois anos anteriores. A
diferença final entre ambos viria a cifrar-se em 42 segundos,
cabendo a terceira posição a Miguel Reis e Silva (CMo Funchal), a
55 segundos do vencedor. Na Elite feminina, Carolina Delgado (GD4C)
foi a segunda classificada em ambas as mangas, mas a sua maior
regularidade viria a valer-lhe o primeiro título nacional da sua
carreira no escalão maior da nossa Orientação. Patrícia Casalinho
(COC) defendia aqui o título nacional conquistado na Beselga,
acabando por recuperar na segunda manga apenas 1:05 dos 1:25 que
trazia de desvantagem da parte da manhã. A terceira posição coube
a Rita Rodrigues (GafanhOri), a 1:37 da vencedora.
Disputado sob condições climatéricas
severas e num cantinho de floresta com tanto de belo como de agreste,
o Campeonato Nacional de Distância Longa viria a tornar-se num dos
mais duros de sempre. No escalão de Elite masculina, Miguel Reis e
Silva necessitou de 1:57:09 para cumprir os 10,1 km do seu percurso
de forma vitoriosa, um registo que permite ter uma noção clara de
que esta foi uma prova para “homens de barba rija”. Mas também
para “mulheres de barba rija”, naturalmente, já que o tempo de
1:34:57 gasto por Maria João Sá (GD4C) em 6,1 km de distância, não é
menos revelador das dificuldades duma prova que a atleta designou por
“selvagem”. A vitória de Miguel Reis e Silva acaba por ter um
impacto positivo duplo, já que permitiu ao atleta conquistar o
título que lhe faltava e, ainda por cima, ante um adversário da valia de
Tiago Romão, superado pela diferença de 2:10. Maria João Sá, por
seu turno, conquistou o seu quinto título nacional de Distância
Longa das últimas sete temporadas, ficando, também ela, radiante
com a vitória. Patrícia Casalinho e Carolina Delgado, com mais
06:21 e 09:14, respetivamente, que a vencedora, ocuparam os restantes
lugares do pódio.
Vale a pena referir, ainda, que a
título individual foram vários os atletas que regressaram a casa
com ambos os títulos na bagagem. Foram eles Vasco Mendes
(GDU Azóia) em H14, Joana Fernandes (.COM) em D20, Jorge Correia
(ADFA) em H40, Anabela Vieito (COC) em D40, Santos Sousa (ADFA) em
H45, Hermínia Tavares (COV – Natura) em D60, Armandino Cramez
(Ori-Estarreja) em H70 e José Grada (Ori-Estarreja) em H75.
Coletivamente, o COC – Clube de Orientação do Centro foi o maior
“açambarcador”, conquistando nove dos vinte e sete títulos
atribuídos. ADFA – Associação de Deficientes das Forças
Armadas, com sete títulos e Ori-Estarreja com cinco, ocuparam as
posições imediatas. Quanto à Elite, os títulos de Distância
Longa couberam ao GD4C e ao COC, respetivamente em masculinos e
femininos, enquanto no Sprint o Ori-Estarreja venceu coletivamente a
prova masculina, enquanto em femininos o triunfo coube ao GD4C.
Os resultados podem ser consultados em
http://www.cpoc.pt/eventos.php?ev=Gouveia05&op=resultados.
Saudações orientistas.
Joaquim Margarido