Pela segunda vez este ano, a
Orientação portuguesa enverga o seu traje de gala para receber uma
competição internacional inteiramente dedicada aos mais novos.
Depois dos Campeonatos do Mundo de Desporto Escolar ISF de boa
memória, disputados em Abril passado no Sotavento algarvio, é agora
a vez dos concelhos de Peniche, Caldas da Rainha e Óbidos receberem
os Campeonatos da Europa de Jovens EYOC 2013. A festa vai começar!
Portugal foi o País escolhido para
substituir Israel na organização do 15º Campeonato da Europa de
Jovens EYOC 2013. Face à instabilidade política e ao facto de não
estarem reunidas as necessárias condições de segurança naquele
País do Médio Oriente, o European Working Group viu-se forçado a
fazer regressar à “estaca zero”, no início deste ano, todo um
processo que se encontrava “em fase de acabamento”. No curto
espaço de duas ou três semanas, a Federação Portuguesa de
Orientação pôs em marcha uma candidatura suficientemente
convincente e que levou o EWG a selecionar o nosso País como um dos
possíveis organizadores do EYOC. “Estávamos em Fevereiro, a oito
meses, portanto, do evento”, recorda António Amador, o seu Diretor
Geral, acrescentando que “neste curto espaço de tempo fizemos o
necessário para garantirmos um grande evento, não apenas
tecnicamente, com bons terrenos e percursos, mas também com toda a
logística essencial para que os participantes possam ter uma estadia
memorável em Portugal”.
E é precisamente isso que se espera
que suceda neste EYOC 2013. Com o “quartel-general” do evento
instalado no fantástico espaço da Unidade da INATEL na Foz do
Arelho, aos participantes oferece-se desde logo a possibilidade de
desfrutar dessa vista deslumbrante sobre a Lagoa de Óbidos, no seu
ponto de confluência com a vastidão do Oceano, as margens de verde
cobertas, as ilhas Berlengas bem lá ao longe. E se este conjunto de
edifícios - outrora o magnífico palácio de Francisco Almeida
Grandella - fez história durante a Primeira República, é de
História e de histórias que se irão fazer os três dias do EYOC
2013, num evento que constituirá, seguramente, um marco na vida dos
362 atletas de 32 países que aqui marcarão presença (a Macedónia,
responsável pela organização do EYOC 2014, foi o último País a
inscrever-se no evento).
Programa recheado
A prova de Sprint, a disputar no
interior das muralhas da medieval Vila de Óbidos, abrirá as
hostilidades na tarde da próxima sexta-feira. A manhã de sábado
será dedicada à prova de Distância Longa, tendo como palco a zona
de floresta de Ferrel, no concelho de Peniche. E será de novo no
concelho de Óbidos, no mapa de Vale Benfeito e em terrenos em tudo
semelhantes aos da véspera, que o EYOC 2013 conhecerá o seu
epílogo, com a disputa da prova de Estafetas, na manhã de domingo.
As provas serão disputadas em
quatro escalões distintos (M/W16, para os nascidos em 1997 ou
depois, e M/W18, para os nascidos nos anos de 1995 e 1996), com cada
país a poder apresentar um máximo de quatro atletas por prova e por
escalão, à exceção da prova de Estafetas, onde esse número é
confinado a três elementos por equipa. Importa ainda referir que a
Cartografia do evento tem, toda ela, a assinatura de Luís Sérgio, a
quem está igualmente atribuída a responsabilidade pelo traçado de
percursos da prova de Sprint. José Fernandes e Bruno Nazário são
os traçadores de percursos das provas de Distância Longa e de
Estafetas, respetivamente.
Os atletas
Finalmente, os atletas. São eles a
alma de qualquer evento e este, em particular, reveste-se de capital
importância na vida de qualquer jovem orientista. Que o digam os
suiços Daniel Hubmann ou Matthias Kyburz, o russo Andrey Khramov ou
a dinamarquesa Emma Klingenberg, que aqui conquistaram as primeiras
medalhas das suas notáveis carreiras internacionais. Que o diga
também Diogo Miguel, extraordinário triunfador nessa memorável
jornada de Eger (Hungria), no dia 22 de junho de 2007, oferecendo à
Orientação portuguesa o primeiro ouro da sua história.
É, pois, com o sentido da vitória,
que todos os participantes sem exceção estarão no EYOC 2013,
embora se deva atribuir algum favoritismo à República Checa, grande
dominadora das anteriores edições do certame, logo seguida pela
Suiça, Suécia e Rússia. Entre os “notáveis” presentes,
merecem uma referência especial a polaca Anjelika Maciejewska, duas
vezes medalha de ouro no EYOC 2012 e uma das figuras dos recentes
Mundiais de Desporto Escolar. Também o letão Uldis Upitis, a
espanhola Yara Bores Escudero, os eslovacos Dusan Slamá e Martin
Smelik ou o britânico Dane Blomquist serão nomes a ter em conta,
sobretudo depois dos recentes triunfos nos Mundiais de Desporto
Escolar. Mas as nossas atenções viram-se, justificadamente, para o
Campeão do Mundo de Desporto Escolar de Distância Média, António
Ferreira, na certeza de que procurará repetir em Peniche e Óbidos
aquele mesmo ouro que o consagrou em Monte Gordo (Vila Real de Santo
António), no passado dia 17 de Abril.
Tudo para acompanhar em
http://eyoc2013.fpo.pt/.
Saudações orientistas.
JOAQUIM MARGARIDO
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