A ADFA em Seniores
Masculinos e o CPOC em Seniores Femininos conquistaram hoje o título
nacional de Estafetas 2012. Integrada nos “4 Dias do Minho”, a
“festa” da Orientação regressou aos palcos da véspera e aos
belos espaços do Monte de Santa Isabel, transformando-se numa
jornada plena de competição sadia e emoções fortes.
No segundo dos “4
Dias do Minho”, ficaram hoje a conhecer-se os Campeões Nacionais
de Estafetas 2012. Pelo triunfo nas categorias Seniores Masculinos e
Seniores Femininos, respetivamente, ADFA e CPOC são os grandes
ganhadores da jornada. A eles junta-se o COC que, ao embolsar cinco
dos quinze títulos atribuídos, adquire por direito próprio um
lugar na galeria de notáveis da edição de 2012.
Organizado pelo Clube
de Orientação do Minho, com o apoio da Câmara Municipal de Terras
do Bouro e da Federação Portuguesa de Orientação, o Campeonato
Nacional de Estafetas 2012 contabilizou um total de 93 equipas em
prova, às quais se devem somar outras 21 equipas que marcaram
presença nas Estafetas Popular Curto e Popular Longo. Traçados
sobre Distância Média, os percursos voltaram a colocar enormes
desafios físicos e técnicos às equipas em prova, permitindo
encontrar vencedores para todos os gostos.
Liliana Oliveira, a
chave da vitória
Na categoria Seniores
Masculinos, a ADFA entrou disposta a arrumar a questão logo de
início e Pedro Nogueira terminou o seu percurso na liderança da
prova, com 3:40 de vantagem sobre a equipa do COC, segunda
classificada. No segundo percurso, assistiu-se a uma espetacular
recuperação da turma do GafanhOri que, depois dum primeiro percurso
menos conseguido do veteraníssimo Manuel Dias, teve em Tiago Aires
um “ariete” de exceção. O campeão nacional de Distância Longa
conseguiu recuperar os doze minutos de diferença que separavam a sua
equipa da do COC, entregando o testemunho para o derradeiro percurso
a escassos 9 segundos de Gildo Silva. A ADFA, essa, seguia na frente,
imperturbável, com Luís Silva a fazer também ele uma grande prova.
No terceiro percurso, Tiago Romão limitou-se a gerir uma vantagem
que rondava os catorze minutos, dando à ADFA um muito saudado
triunfo, após um jejum de três temporadas. Manuel Horta (GafanhOri)
esteve imparável no derradeiro percurso, batendo André Ramos (COC)
por margem superior a dois minutos e dando à turma arraiolense a
segunda posição. Depois de três títulos nacionais consecutivos, o
COC teve de se contentar com o lugar mais baixo do pódio.
No que à categoria
Seniores Femininos diz respeito, a história como que se repetiu,
embora com diferentes atores. O CPOC foi o grande protagonista da
jornada, não só pelo título alcançado como pelo facto de o ter
feito pela primeira vez no historial do clube. E se há um nome que
merece ser realçado acima de todos os outros, esse é o de Liliana
Oliveira, visto ter sido ela a abrir as portas da vitória ao clube
de Oeiras, graças a um primeiro percurso absolutamente magistral. Na
verdade, a vantagem de três minutos sobre o GafanhOri e de cinco
minutos sobre o COC logo a abrir a prova, transmitiram uma enorme
confiança à poderosíssima Mariana Moreira que, no segundo
percurso, conseguiu ampliar a vantagem para cifras a rondar os dez
minutos sobre as adversárias diretas. Vera Alvarez terá feito um
percurso final pouco condizente com a sua real categoria, mas a
vitória, essa, era do CPOC. A luta pelo segundo lugar decidiu-se no
segundo percurso, cujo desfecho foi favorável a Andreia Silva e ao
COC por uma diferença de 4:01. No derradeiro percurso, Raquel Costa
mostrou-se incapaz de virar o resultado a favor do GafanhOri,
deixando assim fugir um título que foi seu na época transata.
Emoções para todos
os gostos
Nas restantes
categorias, a maior surpresa terá ocorrido em Cadetes Masculinos,
onde o CPOC, com Henrique Silva, Osvaldo Silva e Diogo Barradas,
vergou o favoritismo da ADFA, vencedora em 2011, depois de João Rato
ter entregue “o ouro ao bandido” logo no primeiro percurso.
Surpreendentes também, mas apenas pela enorme diferença de tempos
observados, contam-se as vitórias do GD4C em Cadetes Femininos, do
COC em Veteranos Femininos I e do COALA em Veteranos Masculinos III,
neste último caso devido à conjugação duma boa prova de Luciano
Lucas e dum derradeiro percurso menos conseguido de António Cruz
(CPOC). A vitória mais suada terá sido a do COC no escalão de
Veteranos Masculinos I, com Joaquim Sousa a recuperar os 46 segundos
de desvantagem para a ADFA trazidos de trás e a bater Jorge Correia
praticamente sobre a linha de meta. Quanto à maior recuperação,
essa teve lugar na categoria de Iniciados Femininos, com Sara Roberto
a ganhar 17:55 (!) a Catarina Daniel e a oferecer um triunfo ao COC
sobre o CPOC pela escassa margem de 10 segundos.
Em Juvenis Femininos,
Helena Xavier Baptista e o GD4C ainda devem estar a fazer contas de
cabeça como foi possível deixar fugir o título para o CPOC, após
uma vantagem superior a dez minutos à entrada para o derradeiro
percurso. Também o COC, em Juvenis Masculinos, conseguiu virar o
resultado a seu favor apenas no último percurso, com João
Bernardino a superiorizar-se a Bernardo Pereira (ADFA). Numa jornada
feita de vencedores e vencidos, a última palavra vai para um dos
grandes perdedores da jornada, Rafael Miguel. Reconhecidamente um dos
maiores valores da jovem Orientação portuguesa, o atleta do
Ori-Estarreja não esteve hoje nos seus melhores dias, deixando fugir
para a ADFA o título de Juniores Masculinos. Um título que parecia
seguro graças a uma vantagem de 3:17 à entrada para o derradeiro
percurso mas que Fábio Silva teve o mérito de saber contrariar,
reeditando o resultado da época passada e oferecendo ao seu clube um
saboroso triunfo.
Resultados
Séniores Masculinos
1º ADFA (Pedro
Nogueira, Luís Silva, Tiago Romão) 1:33:07
2º GafanhOri (Manuel
Dias, Tiago Aires, Manuel Horta) 1:43:32
3º COC (Paulo Franco,
Gildo Silva, André Ramos) 1:46:00
4º GD4C (Jorge
Marques, Luís Leite, Hélder Marcolino) 2:01:34
5º Ori-Estarreja
(Nelson Graça, Sérgio Matos, Levi Pagaime) 2:09:27
Séniores Femininos
1º CPOC (Liliana
Oliveira, Mariana Moreira, Vera Alvarez) 1:54:35
2º COC (Catarina
Ruivo, Andreia Silva, Patrícia Casalinho) 1:59:28
3º GafanhOri (Lena
Coradinho, Rita Rodrigues, Raquel Costa) 2:00:57
4º GD4C (Céu Costa,
Susana Alves, Joana Costa) 2:03:40
5º ADFA (Albertina Sá,
Rita Madaleno, Marta Fonseca) 2:25:22
Vencedores outras
categorias
Iniciados
Masculinos – Ori-Estarreja
(André Henriques, Daniel Cruz, João Pedro Casal)
Iniciados
Femininos – COC (Tânia
Pereira Olaio, Ana Gouveia, Sara Roberto)
Juvenis
Masculinos – COC (António
Ferreira, Gabriel Braz, João Bernardino)
Juvenis
Femininos – CPOC (Maria
Firmino, Helena Vilela, Beatriz Moreira)
Cadetes
Masculinos – CPOC (Henrique
Silva, Osvaldo Silva, Diogo Barradas)
Cadetes
Femininos – GD4C (Vatarina
Dias, Inês Alves, Carolina Delgado)
Juniores
Masculinos – ADFA (Ricardo
Reis, Miguel Ferreira, Fábio Silva)
Juniores
Femininos – GafanhOri (Ana
Anjos, Inês Pinto, Teresa Maneta)
Veteranos
Masculinos I – COC (Jorge
Oliveira, Ricardo Oliveira, Joaquim Sousa)
Veteranos
Femininos I – COC (Cátia
Marques, Claudia Garcia Monteiro, Anabela Vieito)
Veteranos
Masculinos II – ADFA (Mário
Duarte, Francisco Cordeiro, Armando Santos Sousa)
Veteranos
Femininos II – COC (Luísa
Mateus, Palmira João, Isabel Monteiro)
Veteranos
Masculinos III – COALA
(Armando Santos, José Raposo, Luciano Lucas)
“Cada vez custa
mais manter os padrões de antigamente”
O Orientovar falou com
José Fernandes, Diretor do Evento, que começou por fazer um balanço
muito positivo desta primeira metade dos “4 Dias do Minho”: “Para
aquilo que trabalhámos, correu tudo muito bem, com alguma sorte à
mistura devido à instabilidade atmosférica que felizmente não
passou das ameaças e o feedback dos atletas que nos chegou é muito
bom.” O homem forte destes “4 Dias do Minho” não esconde que
“montar um evento desta natureza é cada vez mais complicado devido
à escassez de apoios”, acrescentando que “cada vez custa mais
manter os padrões de antigamente”.
Relativamente às
anteriores edições dos Nacionais de Distância Longa e de
Estafetas, disputados nesta região em 2009 e em 2010, a quebra de
participações, ao contrário do que se tem verificado na
generalidade dos eventos, não é significativa e isso deve-se,
segundo José Fernandes, “ao facto de continuarmos fiéis aos
nossos padrões e que se baseiam na qualidade, na justiça da
competição e também na componente ambiental e paisagística desta
região, autêntico recanto do paraíso”. Quanto ao que falta dos
“4 Dias do Minho”, os índices de participação vão descer
drasticamente, embora aquele responsável estivesse à espera “duma
quebra maior, uma vez que teremos duzentos participantes na etapa de
amanhã e depois, no último dia, um número perto dos trezentos.”
Ainda assim, esta quebra penaliza a organização na medida em que “o
trabalho que temos para duzentas pessoas ou para quatrocentas é
exatamente o mesmo e a penalização vem por essa via. Mas compreendo
que, na conjuntura atual, as pessoas não fiquem para os quatro
dias.”


[Fotos gentilmente
cedidas por Paulo Fernandes]
Saudações
orientistas.
JOAQUIM MARGARIDO