
1. PARA MAIS TARDE RECORDAR
Perdoar-me-ão este devaneio, este momento de vaidade pura, mas não é todos os dias que temos o privilégio de posar para a fotografia ao lado de três campeãs do Mundo. Foi em Palmaz (Oliveira de Azeméis), à beirinha do fim dos Campeonatos Nacionais de Orientação em BTT 2009/2010, lado a lado com Sonja Zinkl, Michaela Gigon e Christine Schaffner. Uma foto que figurará sempre em lugar de destaque no meu álbum de recordações.
2. PODERIA A LESÃO DO DANIEL TER SIDO EVITADA?
A 12ª edição dos Campeonatos Nacionais de Orientação em BTT fica indelevelmente marcada pela grave lesão que vitimou Daniel Marques, o afastou da disputa dos títulos nacionais 2009/2010 e o obriga a uma forçada e (sempre) longa paragem em vésperas da prova WRE de Pataias, das provas da Taça do Mundo (Hungria e Polónia) e a menos de quatro meses dos Mundiais de Montalegre. Mas poderia a lesão de Daniel Marques ter sido evitada? Bruno Oliveira, um dos responsáveis máximos por esta organização, garante que na quinta-feira passada o arame não estava lá e nós só temos que acreditar nele. Todavia, em plena prova e antes da lesão sofrida por Daniel Marques, já alguns atletas por lá tinham passado e detectado a gravidade e o risco implícito da situação. O Orientovar falou com três deles, um que se baixou e raspou no arame apenas com o capacete e outros dois que ainda conseguiram desviar-se a tempo. Um outro atleta terá sofrido mesmo um golpe na face. E então, o que fizeram? Tentaram remover ou simplesmente sinalizar o obstáculo? Não vou especular, não vou sequer invocar deveres de cidadania consignados na própria Constituição da República. Deixo apenas à consideração de todos se a única prioridade, neste caso e noutros, é ditada pela tirania do cronómetro ou se, como pessoas, devemos ir um pouco mais além, em nome da nossa própria moral e consciência?
3. ATROPELOS À VERDADE DESPORTIVA
A afirmação envolve o seu quê de polémico e, por isso mesmo, o assunto será tratado à parte, num artigo que trarei para a “Ordem do Dia”. Mas levanto já uma pontinha do véu, atrevendo-me a afirmar que foram em número demasiadamente elevado os participantes nas provas de Sprint e Distância Média que, fazendo tábua rasa dos Regulamentos, transitaram fora de caminhos em cima da bicicleta ou invadiram terrenos privados. Atropelo à verdade desportiva? Claro que sim! Sei que não fui o único a ficar chocado com a situação, dando inclusive de barato que há muita gente nova que tão pouco tem consciência das infracções cometidas. Mas que para os estrangeiros presentes – alguns dos melhores do mundo, acrescente-se -, em vésperas de Mundial no nosso país, a imagem que ficou é a pior possível, lá disso ninguém tenha dúvidas!
4. NOTA DE DESAGRAVO
“Disputada por 252 atletas (226 nos escalões de competição e 26 nos escalões abertos), a prova ficou marcada por uma falha da Organização que resultou na falta de mapas para os escalões H17 e H21A e determinou que, face aos enormes atrasos, quinze atletas no conjunto dos dois escalões decidissem não partir, abandonando a competição.” Este texto pode ler-se na apreciação que fiz na passada segunda-feira à prova de Distância Longa dos Nacionais de Ori-BTT e contém, em si mesmo, incorrecções. A dificuldade em confirmar números junto da Organização levou-me a fazer a afirmação que, em si mesma, não é muito “simpática” para a Organização. Em nome da verdade, a situação da falta de mapas existiu, é verdade que é uma falha da Organização, mas mesmo assim foi possível dar a partida a todos os atletas pelas 12h50 e atrasar apenas 15 a 20 minutos a Cerimónia de Entrega de Prémios. Lamento a afirmação, que poderá ser considerada muito penalizadora e não verdadeira para a Organização e acima de tudo para a modalidade. Daí esta nota de desagravo, à qual acrescento um pedido de desculpas.
5. O LOUVOR DA SEMANA
Passou por mim a pedalar descontraidamente e disse, com o mais belo sorriso: “Se isto é para brincar, aproveito e dou um passeio.” A frase tem a ver com o que ficou dito anteriormente no ponto 3 e vem da boca de alguém que não consegue pactuar com este tipo de atitudes e prefere desistir a ser apelidada de “ingénua” ou de “estúpida”. Para ela e para aqueles que, como ela, souberam manter a coragem e a firmeza até ao fim vai, com todo o respeito e a mais profunda admiração, o Louvor da Semana!
Saudações orientistas.
JOAQUIM MARGARIDO
Perdoar-me-ão este devaneio, este momento de vaidade pura, mas não é todos os dias que temos o privilégio de posar para a fotografia ao lado de três campeãs do Mundo. Foi em Palmaz (Oliveira de Azeméis), à beirinha do fim dos Campeonatos Nacionais de Orientação em BTT 2009/2010, lado a lado com Sonja Zinkl, Michaela Gigon e Christine Schaffner. Uma foto que figurará sempre em lugar de destaque no meu álbum de recordações.
2. PODERIA A LESÃO DO DANIEL TER SIDO EVITADA?
A 12ª edição dos Campeonatos Nacionais de Orientação em BTT fica indelevelmente marcada pela grave lesão que vitimou Daniel Marques, o afastou da disputa dos títulos nacionais 2009/2010 e o obriga a uma forçada e (sempre) longa paragem em vésperas da prova WRE de Pataias, das provas da Taça do Mundo (Hungria e Polónia) e a menos de quatro meses dos Mundiais de Montalegre. Mas poderia a lesão de Daniel Marques ter sido evitada? Bruno Oliveira, um dos responsáveis máximos por esta organização, garante que na quinta-feira passada o arame não estava lá e nós só temos que acreditar nele. Todavia, em plena prova e antes da lesão sofrida por Daniel Marques, já alguns atletas por lá tinham passado e detectado a gravidade e o risco implícito da situação. O Orientovar falou com três deles, um que se baixou e raspou no arame apenas com o capacete e outros dois que ainda conseguiram desviar-se a tempo. Um outro atleta terá sofrido mesmo um golpe na face. E então, o que fizeram? Tentaram remover ou simplesmente sinalizar o obstáculo? Não vou especular, não vou sequer invocar deveres de cidadania consignados na própria Constituição da República. Deixo apenas à consideração de todos se a única prioridade, neste caso e noutros, é ditada pela tirania do cronómetro ou se, como pessoas, devemos ir um pouco mais além, em nome da nossa própria moral e consciência?
3. ATROPELOS À VERDADE DESPORTIVA
A afirmação envolve o seu quê de polémico e, por isso mesmo, o assunto será tratado à parte, num artigo que trarei para a “Ordem do Dia”. Mas levanto já uma pontinha do véu, atrevendo-me a afirmar que foram em número demasiadamente elevado os participantes nas provas de Sprint e Distância Média que, fazendo tábua rasa dos Regulamentos, transitaram fora de caminhos em cima da bicicleta ou invadiram terrenos privados. Atropelo à verdade desportiva? Claro que sim! Sei que não fui o único a ficar chocado com a situação, dando inclusive de barato que há muita gente nova que tão pouco tem consciência das infracções cometidas. Mas que para os estrangeiros presentes – alguns dos melhores do mundo, acrescente-se -, em vésperas de Mundial no nosso país, a imagem que ficou é a pior possível, lá disso ninguém tenha dúvidas!
4. NOTA DE DESAGRAVO
“Disputada por 252 atletas (226 nos escalões de competição e 26 nos escalões abertos), a prova ficou marcada por uma falha da Organização que resultou na falta de mapas para os escalões H17 e H21A e determinou que, face aos enormes atrasos, quinze atletas no conjunto dos dois escalões decidissem não partir, abandonando a competição.” Este texto pode ler-se na apreciação que fiz na passada segunda-feira à prova de Distância Longa dos Nacionais de Ori-BTT e contém, em si mesmo, incorrecções. A dificuldade em confirmar números junto da Organização levou-me a fazer a afirmação que, em si mesma, não é muito “simpática” para a Organização. Em nome da verdade, a situação da falta de mapas existiu, é verdade que é uma falha da Organização, mas mesmo assim foi possível dar a partida a todos os atletas pelas 12h50 e atrasar apenas 15 a 20 minutos a Cerimónia de Entrega de Prémios. Lamento a afirmação, que poderá ser considerada muito penalizadora e não verdadeira para a Organização e acima de tudo para a modalidade. Daí esta nota de desagravo, à qual acrescento um pedido de desculpas.
5. O LOUVOR DA SEMANA
Passou por mim a pedalar descontraidamente e disse, com o mais belo sorriso: “Se isto é para brincar, aproveito e dou um passeio.” A frase tem a ver com o que ficou dito anteriormente no ponto 3 e vem da boca de alguém que não consegue pactuar com este tipo de atitudes e prefere desistir a ser apelidada de “ingénua” ou de “estúpida”. Para ela e para aqueles que, como ela, souberam manter a coragem e a firmeza até ao fim vai, com todo o respeito e a mais profunda admiração, o Louvor da Semana!
Saudações orientistas.
JOAQUIM MARGARIDO
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